A dor no joelho resultante da condromalácia é uma das queixas mais frequentes no consultório médico ortopédico especializado em cirurgia do joelho. Condromalácia é um termo genérico que indica haver algum grau de dano à cartilagem do joelho.
As articulações do nosso corpo são revestidas por cartilagem hialina, um tecido com características únicas, capaz de dar forma e fazer com que os ossos deslizem em perfeita sincronia, uns sobre os outros. O tecido cartilaginoso funciona, portanto como um revestimento das superfícies ósseas do joelho, impedindo o atrito entre elas e também absorvendo o impacto que geramos quando nos movimentamos.
Qualquer dano a esta cartilagem pode causar dor, perda de movimento, aumento de volume por acúmulo de líquido dentro do joelho e, em casos mais severos, levar a um desgaste definitivo conhecido como osteoartrose do joelho.
O sintoma mais comum da condromalácia em sua fase inicial é a dor, principalmente em atividades como subir ou descer escadas e também a dor após o repouso, ao levantar-se após longo período sentado com os joelhos flexionados e que pode melhorar com o movimento.
Condromalácia em mulheres
A condromalácia acomete duas vezes mais mulheres do que homens, sendo mais frequente em adolescentes e adultos jovens. Com a crescente participação de todas as faixas etárias em diversos tipos de atividade esportiva, vemos, porém um aumento do índice desta patologia em pacientes já na vida adulta.
Acredita-se que a lesão da cartilagem articular pode ser causada por múltiplos fatores. Dentre os mais comuns destacamos o desequilíbrio muscular e a prática inadequada de atividades esportivas como corrida ou bicicleta, sem a regulagem correta do banco e pedais, e aulas de academia que envolvem saltos, aumentando a carga sobre os joelhos sem a devida preparação do aluno para estas atividades.
Outras causas para a condromalácia são doenças congênitas, displasias ou mau alinhamento dos joelhos, além de causas traumáticas como acidentes com entorses ou traumas diretos nos joelhos.
O melhor exame para diagnosticar e classificar o grau de lesão da cartilagem é sem dúvida a ressonância nuclear magnética.
Tratamento
Por fim, existem muitas maneiras de tratar esta patologia tão comum nos dias de hoje. O uso do gelo associado ao repouso e anti-inflamatórios muitas vezes pode tornar o paciente assintomático, o que não exclui a necessidade de trabalhar o alongamento e o fortalecimento muscular dos membros inferiores, por vezes com sessões de fisioterapia.
A mudança dos hábitos esportivos também deve ser considerada, sendo indicada a prática de atividade física que não envolva impacto, como a natação. A infiltração do joelho afetado é um método a ser considerado, bem como a administração de medicamentos condroprotetores de uso oral por longos períodos de tempo.
A resposta ao tratamento conservador geralmente é boa, não sendo necessário na maioria das vezes o tratamento cirúrgico. No que diz respeito ao tratamento cirúrgico, a técnica mais comumente utilizada é a artroscopia do joelho, sendo possível a realização de diversos procedimentos de reparação da cartilagem lesada.
Cirurgia
Em alguns casos são necessárias cirurgias mais elaboradas para a correção do alinhamento da patela, melhorando assim o deslizamento da mesma sobre o fêmur e diminuindo o atrito e as instabilidades que podem levar à lesão da cartilagem articular.
Como prevenção, a perda do excesso de peso corporal é sempre recomendada, bem como a correta orientação da prática esportiva, evitando as mudanças bruscas nas intensidades dos exercícios e com atenção para o uso de calçados adequados tênis – para cada tipo de atividade praticada. Alongamento e fortalecimento muscular adequado dos membros inferiores são primordiais para uma prática esportiva saudável.
A prevenção da condromalácia pode prolongar a vida do seu joelho e promover uma qualidade de vida saudável e sem dor.
fonte: Webrun, escrita pela Dra. Andrea Rosenthal
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