Tendinite – O conjunto dos tendões de três músculos na região do joelho (sartório, grácil e semitendinoso) é chamado de “pata de ganso” em associação a sua aparência, que lembra a pata da ave. Esses músculos fazem a flexão do joelho e o protegem contra o estresse em rotação e em valgo (desvio do joelho para dentro).
A tendinite da “pata de ganso” é um problema observado principalmente em corredores e gera dor na região interna do joelho, um pouco abaixo da linha articular. Além da inflamação dos tendões pode ocorrer também uma bursite no local e um pequeno inchaço após atividades físicas. Corredores com essa tendinite sentem dor principalmente nos movimentos de flexão do joelho, ao subir e descer escadas e quando o pé toca o chão durante a corrida.
Inflamação dos tendões da pata de ganso acontece por estresse excessivo do joelho
A inflamação dos tendões da pata de ganso acontece por estresse excessivo do joelho em rotação e/ou em valgo: quando o corredor coloca o peso do corpo sobre a perna o joelho gira ou se inclina para dentro, o que causa uma sobrecarga nos músculos e cria uma região de atrito no joelho, provocando a inflamação.
O tratamento fisioterapêutico consiste primeiramente no controle da inflamação, com recursos como gelo e aplicação de laser de baixa potência. Após o controle do processo inflamatório é essencial à intervenção da causa mecânica do problema, pois se o joelho continuar fazendo movimento excessivo de rotação e inclinação durante a corrida a tendinite poderá sempre voltar a acontecer.
Um dos motivos que levam ao estresse do joelho é a falha na musculatura lateral do quadril. Esses músculos são os principais responsáveis por manterem o joelho alinhado durante a corrida. Uma pisada excessivamente pronada também pode levar a um desalinhamento do joelho e gerar a inflamação dos músculos da pata de ganso.
Para tratar e prevenir, é preciso treinar os músculos do quadril, principalmente o glúteo médio (que eleva a perna para o lado). Porém muitas vezes somente o treinamento de força não é suficiente. É preciso “ensinar” o músculo a se contrair no momento certo da corrida e prevenir a inclinação do joelho.
Isso pode ser feito através de exercícios funcionais que mimetizem os movimentos da corrida, como pequenos saltos para frente mantendo o quadril e o joelho bem alinhados (pode ser feito em frente a um espelho). O mesmo vale para a pisada: treinar a força dos músculos do tornozelo (com exercícios de instabilidade, por exemplo) depois realizar exercícios funcionais com movimentos parecidos com a corrida, mantendo o pé bem alinhado.
Essas dicas podem ajudar, mas tenha em mente que elas são superficiais e cada caso exige um diagnóstico e tratamento específico, sempre acompanhado de um médico e fisioterapeuta.
fonte: Panorama Farmacêutico, com informações do Globo Esporte
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